quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Sobre minhas criticas


Há alguns anos tenho pensado em escrever criticas sobre filmes e por diversos motivos tenho adiado essa tarefa. Dois motivos principais para isso foram: a falta de conhecimento sobre o cinema e sobre qual formato de critica iria me propor a escrever. Por formato de critica entendo as escolhas de tamanho e estrutura do texto crítico, assim como os aspectos enfocados (tema do filme, uso das técnicas e da tecnologia, atuação, direção, fotografia, arte, som, etc.). Recentemente escutei do crítico Roger Alan Koza a ideia de que o que se tem visto na critica em geral é um egocentrismo onde o filme gira em torno do crítico, mas é preciso haver um movimento copernicano no sentido de perceber que é o filme o centro da crítica. Dessa forma o crítico orbitaria em torno do filme e de seus elementos para elaborar sua crítica e só em um segundo momento se colocaria fora dessa órbita para falar do seu lugar diante daquele filme e diante do cinema.

A princípio pode parecer uma ideia abstrata, em especial a segunda parte, mas é com ela que parto para poder construir um lugar de onde vou falar de cinema. Entendo que é na ação de escrever que posso desvendar a forma e o conteúdo que escrevo. Então peço paciência e curiosidade do meu leitor para desvendar junto a mim meus escritos.

Quanto a falta de conhecimento sobre o cinema, não posso me colocar como alguém que deixou de ter essa falta. De fato ela sempre estará presente. O que posso dizer sobre isso é que ela deixou de ser um motivo que me bloqueava a escrever.

Assim a partir do cinema latino, cinema esse que tem como parte da sua identidade a falta de recursos, o que de certo modo lhe permite exercer maior criatividade dos meios de produção e da própria obra. A partir do cinema que visa explorar a subjetividade humana e suas relações sociais, o que talvez se aproxime do que se acordou chamar na industria cinematográfica do gênero "drama" (sem de modo algum desconsiderar ou minimizar os outros gêneros, apenas como uma tendência das obras que assisto e de onde sinto ter mais possibilidade de aprofundamento e talvez afogamento). E também, a partir da base do cinema (e por conseqüência da crítica), o tripé roteiro, direção e montagem. É a partir desses lugares que meus interesses residem e funcionam como boias ancoradas que servem de apoio para um nadador que se aventura a ir o mais longe que pode no mar.

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